sábado, 30 de junho de 2012

Professora de francês em formação no Cavilam


A Embaixada da França oferece uma bolsa de estágio na França para professores de francês do ensino básico e médio no mês de julho no Cavilam.


Maria Fanilma Gomes Bonfim, professora no Colégio Luiz Viana e membro ativo da Associação dos Professores de francês da Bahia (APFEBA), passa um mês na França para participar de um programa de aperfeiçoamento linguístico no Cavilam em Vichy.

O Cavilam (Centre d’Approches Vivantes des Langues et des Médias) organiza um estágio de 70 horas de formação com percursos temáticos que abrangem o ensino da língua, comunicação escrita ou oral, civilização e cultura, ou francês da gastronomia, por exemplo. Como ensinar a adolescentes, como introduzir a arte na classe, como aprender fazendo teatro ou cantando, como aproveitar as mídias e as tecnologias na aprendizagem ? Como administrar uma turma ? Eis várias problemáticas que os professores vão discutir na formação. Além disso, palestras sobre assuntos atuais, metodologia ministradas por profissionais conceituados são previstas. Tem também encontros com profissionais da área além de visitas culturais e degustações de produtos regionais. O Cavilam é um centro de referência para o Francês Língua Estrangeira (FLE) e a formação dos professores. Fundado em 1964, a cada ano o Cavilam recebe cerca de 4000 estudantes e mais de 1000 professores do mundo inteiro.
Maria Fanilma escolheu os percursos temáticos Jeux, créativité et activités ludiques en classe e Les technologies de l’information et de la communication pour l’éducation (TICE).

Maria Fanilma Gomes Bonfim é graduada pela UFBA em Letras Vernáculas e Língua Estrangeira Francês/Especialização Estudos Linguísticos e Literários. Começou a estudar francês na Faculdade.

Conhece pouco a França, foi até lá por pouquíssimo tempo. Todo mundo sabe que os franceses fizeram a revolução da liberdade, igualdade e fraternidade base da democracia que foi inspiração para outros lugares do mundo, inclusive para o Brasil que se inspirou nas idéias do Positivismo de Auguste Comte. Talvez por isso, percebi que os Franceses podem ser muito orgulhosos com os outros. Dentre as artes a que mais aprecio é a literatura, com elas podemos nos deleitar transportando nossos pensamentos ao universo do autor de maneira a emocionar transmitindo sensações as mais diversas como, por exemplo, quando lemos Victor Hugo, Rousseau, Emile Zola, Simone de Beauvoir, dentre outros.
Maria Fanilma acredita que uma experiência como essa, de participar de estágios no exterior, enriquece cultural e profissionalmente, pois oferece a oportunidade de vivenciar os costumes, tradições e adquirir novos conhecimentos que podem ajudar no desenvolvimento pessoal e do nosso trabalho. É diferente quando o professor responde aos alunos sobre lugares que ele já esteve, a visão é outra, por mais que se saiba sobre eles, creio que nos dá mais segurança. Espero que essa estadia e principalmente o estágio no Cavilam traga-me mais aprendizagem, técnica e animo para continuar minha tarefa de professor; oportunidade que obtive quando de minha estadia ao Québec para participar de um estágio. 

Joven soteropolitana ganha uma viagem para França


Eloá Catarine Pinto Teixeira está de malas prontas para voar para a França no âmbito do programa da Embaixada da França, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e Européias e o Institut français, CultureLab 2012, Festival de teatro de Avignon de 18 a 28 de julho.



Eloá ficou em primeiro lugar no concurso organizado pelo Bureau Salvador-SCAC Recife dentro da Semana da Língua Francesa e da Francofonia que destacou o indivíduo e o francês, língua singular e particular, língua da expressão íntima, Dites-moi dix mots qui vous racontent.

Representando a Bahia, Eloá Catarine Pinto Teixeira é mestranda em Literatura e Cultura/Estudos em Tradução Cultural e Intersemiótica na Universidade Federal da Bahia. Pretende investir na carreira acadêmica, se projetando para um doutorado. 

Há cerca de 7 anos está imersa nos estudos dessa língua, em aulas particulares, através de contatos com francófonos, no curso da Aliança Francesa, mas lembra que a maior parte da minha formação em língua francesa veio do esforço próprio, das longas horas que passei estudando sozinha em casa, frisa. Nem é esforço, acho que foi a língua que me escolheu. Quando passei no vestibular em 2002, precisei fazer aulas particulares, me apaixonei pela língua francesa. Quando terminei minha graduação, mudei para Salvador e foi onde iniciei minha carreira como professora de francês. É uma língua fácil, irmã do português, minha língua materna. Então, sinto-me muito à vontade com a língua francesa, além de adorar a diversidade cultural que ela traz, já que é uma língua falada em diversos países.

Eloá se interessa por música, adora o pop francês, Zaz é maravilhosa! conta. Gosta de leitura e de cinema, Audrey Tautou e Juliette Binoche são suas favoritas. Se atualiza com TV5, assiste os JT e os documentários. Além disso, sempre que pode ouve a Rádio France, para saber das novidades na música. Confessa ainda que está ansiosa para conhecer Avignon. Sei que é uma cidade muito agradável. Acho que participar do Festival de Avignon é uma grande oportunidade para abrir novos horizontes de pesquisa e atuação acadêmica.

Eloá soube do concurso CultureLab 2012 através da APFEBA, a Associação dos Professores de Francês da Bahia, da qual faz parte.

Ir ao encontro da criação teatral e contemporânea, tal é o projeto da temporada organizada pelo CEMÉA (Centro de Treinamento aos Métodos Ativos de Educação) no Festival d’Avignon.

O programa da temporada CultureLab Festival d’Avignon é centrado na descoberta das formas artísticas presentes no Festival e nas questões da criação contemporânea e da mestiçagem das linguagens artísticas. Os participantes tem condições de acesso privilegiado à programação, encontros com as equipes artísticas e intervenções de profissionais do espetáculo vivo. Cada participante é convidado a criar uma produção em francês que retrate seu percurso como espectador ou aprofundar um tema abordado durante a estadia.
Um aporte cotidiano sobre a história do teatro e os desafios atuais do espetáculo vivo, sob a forma de intervenções em francês, de trabalho sobre textos ficam como suporte de um aperfeiçoamento no domínio da língua francesa e das suas ferramentas conceituais para falar do espetáculo vivo e da encenação. O programa propõe um percurso de 4 espetáculos acompanhados, com um trabalho posterior de preparação sob a forma de ateliês e intervenções; encontros e debates com artistas e profissionais e ateliês de sensibilização às práticas artísticas, em ligação com os espetáculos vistos. O programa acolhe 25 participantes do mundo inteiro.

O Festival d’Avignon nasceu em 1947 de uma coincidência e de uma bricolagem, a partir do desejo de um casal de organizar uma exposição, que já pretendia cruzar as linguagens artísticas, a música e o teatro. A partir daí, desenvolveu-se progressivamente, consolidando-se com o tempo, sob a direção e as convicções do diretor de teatro Jean Vilar, que acreditava na necessidade de renovar as formas artísticas (mostrar o teatro contemporâneo ao lado do teatro clássico) e de ampliar o público, permitindo o acesso aos mais jovens apoiando-se na rede de educação popular.

Com a cidade turística de Avignon, na estrada das férias, e participando do movimento de criação dos festivais na Europa, o Festival d’Avignon cresceu e atingiu rapidamente sua era de ouro que durou 20 anos. Nos anos 60, o Festival acolheu a dança revolucionária de Maurice Béjart, viu as trupes locais desenvolverem o Festival Off. Com o crescimento do Festival, outros problemas surgiram, como financiamento, a profissionalização das equipes, o trabalho voluntário. A partir dos anos 80, Bernard Faivre d’Arcier monta o Festival d’Avignon como uma pequena empresa cultural, convida jovens diretores e coreógrafos franceses e estrangeiros e, mais uma vez, Ariane Mnouchkine e seu Théâtre du Soleil. Inicia coproduções com artistas da Europa do Leste, investe em qualquer local da cidade para teatro e dança, mistura as formas artísticas e propõe percursos individuais. Desde 2003, o Festival d’Avignon está sob a direção bicéfala de Hortense Archambault e Vincent Baudriller que conceberam o conceito do artista associado com a apresentação de várias obras do mesmo artista.

Ao longo de sua trajetória, o Festival d’Avignon conseguiu ser popular e acolher todos os tipos de teatro. O Festival tem um público fiel, é nacional e internacional, revela e confirma os artistas, é um festival de criação, é um tempo e um espaço de encontro de profissionais, de políticos e de debates. Permitiu a restauração de um patrimônio arquitetural esquecido, e favoreceu implantações de estruturas culturais permanentes.